sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um mundo de possibilidades do outro lado da porta

                                                   
                                                     www.danielazulay.com.br



    Daniel Azulay, aos 66 anos, ainda é uma criança inquieta. Por dentro e por fora. Ele combina gravata berrante com colete preto, óculos coloridos- que às vezes troca por um inacreditável modelo
com grandes olhos pintados nas lentes- e tênis. Ao andar dá pulinhos engraçados. A risada entremeia sua fala e deixa no ar a sensação de que ele pode estar rindo de si mesmo, numa eterna piada particular.

    Longe da TV, onde esteve por uma década como ídolo da geração dos anos 70 aos 80, Daniel investiu toda sua energia em suas oficinas de desenho, no Crescer com Arte para crianças carentes- que tem 12 anos e já atendeu 25 mil crianças- e no seu eu artístico mais profundo, levando para galerias de arte do mundo inteiro um trabalho moderno, que ele chama de ¨ imageria.¨ Uma prodição múltipla, com forte inspiração na pop arte, que vai do desenho às telas hiper-realistas.

   A grande virada foi com a ¨A Porta¨, uma tela gigante de 2,18 m por 1,20m, concebida num momento obscuro,quando sua mãe morreu em 2006.
  --Se as portas não se abrem, construa uma para você. Para mim é a porta dos sonhos, das oportunidades. Tanto que eu a fiz entreaberta. Pela fresta é possível ver o céu azul- diz ele e, ao lembrar que pintava na casa da mãe já muito doente para não deixá-la sozinha, faz uma pausa.
 --Acho que atravessei essa porta.

                             DO SURREALISMO À RECICLAGEM
                          www.danielazulay.com.br

   Desde então A porta virou livro com passagens da vida do artista, portfólio e exposição que , de 2007 a 2008, rodou pela Suécia, Finlândia e Nova York. Também expos no Louvre e, há pouco, voltou do MoMa, onde deu uma consultoria sobre como fazer as crianças se aproximarem da arte.

  Entre os dias 7 e 19 de maio, ¨A Porta¨ estará no Arquivo Contemporâneo, em Ipanema. Serão cerca de 15 peças, entre pinturas, esculturas e portraits inéditos.

  Parte do artigo de Carla Rocha em O Globo de 28/04/2013



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