¨Ninguém passa, de um salto, da crença no falso para a crença no verdadeiro e, muitas vezes, retemos em nossa nova mentalidade fragmentos dos nossos passados erros, embora imaginemos estarmos já inteiramente libertos deles.
São fragmentos ou partículas de erros que em nós ficaram dos velhos pensamentos ou das antigas condições mentais. E então a nossa novíssima mentalidade, como se despertasse do choque com o corpo morto da mentalidade velha, levanta-se e arremessa para longe de si todos os restos e reminiscências que do seu passado se encontram nela; mas esta ação quase nunca se realiza sem ser acompanhada de fortes distúrbios físicos, porque, em semelhantes transes, o espírito emprega todas as suas energias na ação de arremessar para longe de si esses velhos fragmentos do seu antigo Eu, como na vida física empregamos toda a força corpórea para repelir o ataque de uma serpente. Convém, pois, termo-nos despojados de todos os nossos erros e falsas crenças antes de eles poderem conduzir os pensamentos novos e mais verdadeiros para caminhos transviados, pois se em nosso espírito existir alguma crença falsa e nele permanecer sem ser pressentida, isto será suficiente para nos fazer lançar no abismo, como a tantos homens está sucedendo hoje e todos os dias.
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Quando conseguirmos, tanto quanto possível, desviar de nossa mentalidade pensamentos tristes e apreensivos e afastá-los do lado escuro da vida em que, em virtude dos antigos hábitos, ela estava acostumada a encontrar-nos - ficaremos extremamente surpreendidos ao notar que a vista daquilo mesmo que antes nos causava uma profunda dor, nos dá agora imensa alegria; tudo isso devido a termos desterrado de nós certas condições mentais por que nos deixávamos levar antigamente, sem darmos por isso ou, pelo menos, sem o notarmos, tanto quanto devíamos, única forma de descobrir o dano que dessa maneira a nós mesmos fazíamos.
A árvore, com a volta da primavera, produz folhas novas, lançando as folhas mortas para longe de si, porque não quer entesourá-las, para lhe recordarem continuamente tristes fatos do passado. E quando a própria árvore deixa de produzir novas folhas e flores, vai sofrendo transformações mais ou menos rápidas, entrando os seus elementos na constituição de novas formas vegetais ou animais.
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Curados, finalmente, dessa inconsciência, poderemos visitar novamente esses mesmos lugares, mais intimamente ligados ao nosso passado, tendo, porém, o cuidado de só reviver e rememorar aqueles mais cheios de luz e alegria, repelindo, do modo mais formal, tudo o que for tristeza e escuridão.
Para que ir em busca daquilo que só nos há de causar aflição e dor...?"
PRENTICE MULFORD ¨NOSSAS FORÇAS MENTAIS¨ Volume 3
Enviado por Angela Bittencourt
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