Acho que a maioria de nós consegue se identificar com o homem que entra num restaurante chique para jantar e descobre que o serviço é simplesmente horrível, e a garçonete, estúpida, grosseira e hostil. Também nos identificamos com o que parece ser uma raiva justificada, um ressentimento sensato, fantasias de hostilidade, e o fato de não deixar gorjeta para a garçonete.

Para ter paz interior como nosso único objetivo, precisamos corrigir a crença equivocada de que a raiva ou ressentimento justificados nos deixam em paz. A raiva e os pensamentos de ataque simplesmente não trazem paz nenhuma.

Vamos encenar de novo esse pequeno drama. Dessa vez, sussurro no ouvido do cliente assim que ele se senta que o marido da garçonete morreu há dois dias e que ela tem cinco filhos em casa que dependem exclusivamente dela para serem sustentados.

Agora ele consegue ver que a garçonete está assustada e reconhecer que ela está pedindo Amor. Ele agora pode responder vendo a força e a devoção dela, e descobre que pode perdoar seu comportamento. Agora a resposta dele é uma atitude amorosa de aceitação, que ele demonstra deixando uma gorjeta bem grande.

A forma externa do que é visto com os olhos e ouvidos é a mesma em ambos os casos. No entanto, no primeiro roteiro, os eventos são vistos pela janela do medo e, no segundo, pela janela do Amor.

Hoje, permita-se ter o único objetivo de sentir paz interior, pondo toda a sua atenção aos seguintes pensamentos: hoje vou ver sem julgar tudo o que acontecer. Todos os eventos me dão mais uma oportunidade de sentir Amor em vez de medo.
Gerald Jampolsky