"O aumento da capacidade de se relacionar com o "Eu Superior" exige treino, coragem, paciência e determinação. A habilidade de escolher adequadamente não é jamais produto do acaso ou de reações acidentais, mas é diretamente proporcional à dedicação da criatura que sabe silenciar a mente e permanecer num estado de espírito que favoreça o isolamento de seu interior dos estímulos externos.
Em muitas ocasiões, o medo de escolhermos errado provém dos inúmeros "erros de cálculo" que fizemos em nosso reino íntimo. Nós não sentimos errado, mas interpretamos errado.
Ao escolhermos, é preciso prestar muita atenção em nossas sensações internas. Em certos momentos, ensinou Buda, "a mente precisa estar presente quando ocorrem os fatos e acontecimentos, e se esvaziar quando eles terminam."
Conta a tradição oriental que certa vez Sidarta Gautama já em idade bem avançada, passava por uma floresta junto com seus discípulos quando encontrou aprendizes de outro mestre, e um deles logo foi dizendo: "Nosso mestre é um grande avatar. Ele levita e faz materializações extraordinárias. Nós mesmos presenciamos isso, somos testemunhas!" E, fixando o olhar nos discípulos de Buda, inquiriu: "O que vocês tem a dizer sobre seu mestre? O que ele pode fazer, que milagres realiza?".
Sidarta Gautama tudo escutava silenciosamente e deixou a cargo de seus companheiros a resposta. Apenas observava o desempenho de cada um.
Então, um logo se adiantou e respondeu: "Nosso mestre, quando está com fome, come; e quando ele tem sono, dorme. Ele nos ensina a andar, quando estamos andando; a comer, quando estamos comendo; a sentar, quando estamos sentados.
E um deles, inconformado, exclamou: "O que vocês estão falando ?! Chamam de milagres o óbvio ?! Todos fazem essas coisas !"
E o ponderado discípulo de Buda retrucou:
"Engano de vocês. Quase ninguém faz isso. Quando as pessoas dormem pensam sem cessar, estão dispersas no sono. Quando comem, estão distraídas, falando mil coisas. Quando andam, estão desatentas e qualquer ocorrência lhes rouba a atenção. Mas, quando meu mestre dorme, ele apenas dorme: somente o sono existe naquele momento, nada mais. E quando sente fome, ele apenas come. Ele sempre está no lugar onde deve estar, ou seja, jamais é arrebatado pelos fatos e acontecimentos que se foram e pelos que hão de vir; vive sempre no momento presente."
Extraído do texto "Escolhas", no livro "Um modo de entender: uma nova forma de viver", pelo espírito Hammed, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto
(Enviado por Fernanda-Estocolmo)
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