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O que temos
Na visão, tantas vezes pessimista, do homem, ele se esquece de que tem multiplicadas razões para ser infinitamente grato a Deus.
Foi
certamente reflexionando a respeito das tantas bênçãos de que dispõe,
que alguém elaborou uma prece, mais ou menos nos seguintes termos:
Eu
agradeço a Deus... Pelos impostos que eu pago, porque isso significa
que tenho um emprego... Muitos desejariam estar no meu lugar e não se
importariam nem um pouco em ter tal desconto em seu salário, porque
teriam um salário...
Agradeço
a Deus pela confusão que eu tenho que limpar após uma festa, porque
isso significa que estive rodeado de amigos que, mesmo num mundo onde
tantos afirmam não ter tempo, eles têm tempo para me visitar no meu
aniversário, na minha formatura, na comemoração de um sucesso na minha
carreira ou simplesmente em um dia comum qualquer.
Agradeço pela minha sombra que me segue, porque isso significa que ando ao sol...
Pelas paredes que precisam ser
pintadas, pela lâmpada que precisa ser trocada, pela torneira que vaza,
pelo ladrilho quebrado, porque isso significa que ainda tenho minha
moradia...
Por
todas as críticas que faço às coisas que não me satisfazem, porque isso
significa que tenho possibilidade de análise e discernimento, tanto
quanto vivo em um país onde gozo da liberdade de expressão...
Pelo
único lugar para estacionar que encontro bem ao fundo do
estacionamento, porque isso significa que, além de ter a felicidade de
poder andar, tenho a ventura de ter um meio de transporte...
Pela música que toca desafinadamente atrás de mim, porque isso significa que posso ouvir...
Pelo cansaço e os músculos doloridos que eu sinto ao final do dia, porque isso significa que tenho saúde para trabalhar...
Pelo despertador que toca às primeiras
horas da manhã, quando ainda me encontro sonolento e gostaria de
permanecer dormindo mais um pouco, porque isso quer dizer que mereci a
bênção de acordar no corpo outra vez.
Finalmente,
por todos os e-mails que recebo diariamente, o que significa que tenho
amigos que pensam em mim, mesmo que por poucos minutos, diante de uma
tela de computador...
Por
fim... Obrigado meu Deus pela minha vida cheia de problemas, porque
eles me farão ter certeza de que eu sou capaz de resolver cada um e, da
melhor maneira.
* * *
Diante
do prato de comida que tenhamos à mesa, não reclamemos da sua singeleza
ou da reprise de todos os dias. Lembremos que, bem próximo de nós,
alguém desejaria intensamente ter um pedaço de pão para saciar a fome.
Diante
da ausência do refrigerante ou suco de nossa predileção no restaurante
em que nos encontremos, não reclamemos. Pensemos em quantos, no mundo,
morrem por ausência de um pouco de água que lhes mantenha a vida.
Diante
do congestionamento de trânsito que nos detenha na rua ou na rodovia,
não reclamemos. Pensemos em quantos gostariam de deter o passo um pouco,
para descansar, mas não o podem fazer, porque necessitam vencer grandes
distâncias a pé, para chegar ao posto de socorro mais próximo.
Enfim,
diante da ausência de qualquer coisa que desejemos, pensemos, antes de
reclamar, em tudo de que já dispomos e que nos beneficia com conforto,
alegrias e sucessos.
E, em nome da caridade, recordemo-nos de orar por todos aqueles que não desfrutam dessas mesmas oportunidades.
Redação do Momento Espírita, com base
em texto de autoria desconhecida.
Em 23.10.2013.
Enviado por Diógenes Camargo-POA
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