Às
vezes, a melhor ajuda, o melhor apoio que prestamos a quem amamos, é
simplesmente ouvi-lo e dar-lhe todo o tempo que precisar. Para tanto é
preciso cultivar a paciência.
A natureza nos oferece uma variedade infinita de plantas que nos
fascinam e deliciam. Sabemos que seríamos ridículos se as criticássemos.
Não as repreendemos por acharmos que já deveriam ter dado um novo
broto ou uma nova folha. Nem as comparamos com outras plantas do mesmo
jardim que estejam mais vicejantes. Deixamos que façam o que lhes seja
natural, crescer e florescer no seu próprio ritmo.
Parece lógico que ofereçamos a quem amamos, a mesma consideração;
sobretudo por não podermos saber exatamente sobre as lutas e
dificuldades por que estão passando e enfrentando.
Mesmo com a melhor das intenções, nossa impaciência para que
“cresçam” e que “sejam sensíveis” dá a entender que se trate de assuntos
simples. A premissa é de que possam e devem mudar à nossa ordem.
Já salvei algumas das minhas mais belas plantas, porque aprendi, há
muito tempo, que se eu quiser que medrem, tenho simplesmente de me
limitar a deixá-las viver, de acordo com sua própria natureza.
Inúmeras vezes deixei de lado algumas, depois de esperar
pacientemente que respondessem ao meu cuidado diligente, para depois, um
dia, descobrir que só quando elas, e não eu, estavam prontas, abriam-se
perante meus olhos.
Apenas esperavam a hora que lhes fosse mais propícia.
Às vezes a melhor ajuda, o melhor apoio que prestamos a quem amamos é
simplesmente esperar, em silêncio, com paciência, com esperança, com
compreensão, e deixar que o tempo simplesmente faça a sua parte.
Leo Buscaglia
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