quarta-feira, 5 de outubro de 2016

GRATIDÃO! GRATIDÃO! GRATIDÃO!

 Foto do passaporte de tio Otto de 4/12/1933

Estocolmo, 5/10/2016

Tio Otto morava no Rio. Gostava de comprar apartamentos, reformar; vender, comprar outro e reformar. Claro que morava sempre por um tempo nesses apartamentos. Me lembro de visitá-lo em alguns.
Ele tinha muito gosto para decoração e eu adorava ver os detalhes, as ideias, as combinações, os objetos. Ele nos convidava para almoçar e a mesa era uma lindeza com as toalhas brancas, louças bonitas, copos interessantes, comida muito gostosa, sobremesas inesperadas.

Eu gostava de ir visitá-lo, apesar de ficar sempre um pouco receosa de cometer alguma "gafe" durante almoço ou jantar: que garfo serve para quê? como como isso? posso pegar com a mão a coxa de frango? Ele gostava de servir figos maduros descascados acompanhados de sorvete de baunilha como sobremesa. A princípio o figo era um estranhamento; depois aprendi aos poucos a gostar e hoje amo figo maduro.

Me lembro que uma vez fui com ele, a mãe dele, minha bisavó materna e a irmã dele tomar sorvete na Confeitaria Colombo. Me lembro perfeitamente da subida da escada que tinha tapete vermelho de veludo com aqueles detalhes de metal dourado em cada degrau para segurar o tapete. Um sonho de verão, sem Shakespeare! Eu nem acreditava quase na chance que eu estava tendo de poder ir curtir esses locais com eles.

Ele gostava de estar conosco e era muito querido. E gostava de mostrar o Rio que ele conhecia tão bem, que tinha visto se transformar. Numa vez em que eu e Ari nos hospedamos com ele e ele já precisava de acompanhante para sair, Ari saiu com ele várias vezes e ele foi o guia , mostrando os lugares de que gostava.

Ele amava Paris e esteve lá várias vezes, viajando de navio numa época em , como ele dizia, só os Guinle iam à Europa.
Ia também à Suíça fazer tratamento geriátrico numa cidade em que depois morei: Lausanne.

Um dia, numa dessas visitas, eu já adulta, jovem adulta, reparei numa salva de prata que havia sobre uma das mesas de sala com alguns cartões postais cada um de um lugar diferente no mundo. Cheguei perto, devo ter olhado de onde vinham e pensei: "Isso eu quero na minha vida, fazer amigos pelo mundo. Deve ser legal conhecer pessoas de diferentes partes do mundo". E fui viver minha vida. E esqueci disso. Mais tarde, quando já morava fora do Brasil, me lembrava de vez em quando disso.

Hoje, a salva de prata dele é minha; minha irmã Lucy ficou com ela e me deu de presente. Já pus muitas cartas e cartões dentro dela. Nesse 3/10/2016 meu desejo se realizou com mais intensidade: com o advento(!!) do computador, Facebook,WhatsApp,celular e muitos outros, recebi muuuuuitas mensagens de parabéns. Muitas. Fiquei muito feliz e vi meu pedido de muitos anos atrás se realizar: muitos amigos pelo mundo afora entrando em contato, muitos deles da minha família, além de familiares são amigos.

Passei 2 tardes e parte da noite respondendo às mensagens. Foi maravilhoso. Gratidão a todos que deixaram sua rotina para me parabenizar. Deus abençoe vocês.

Abraço grande. Chuva de bênçãos!
Alzira Maria

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