Imagem enviada por Geysa Salgueiro
"Senhor Jesus. Há quase dois milênios, estabelecias o
Natal com a tua doce humildade na manjedoura, onde te festejaram todas
as harmonias da natureza. Reis e pastores vieram de longe, trazendo-te
ao berço pobre o testemunho de sua alegria e de seu reconhecimento. As
estrelas brilharam com luz mais intensa nos fulgores do céu e uma delas
destacou-se no azul do firmamento, para clarificar o suave momento de
tua glória. Desde então, Senhor, o mundo inteiro, pelos séculos afora,
cultivou a lembrança de tua grande noite, extraordinária de luz e de
belezas diversas.
Agora, porém, as recordações do Natal são
muito diversas.Não se ouvem mais os cânticos dos pastores, nem se
percebem os aromas agrestes na Natureza.
As comemorações já não são as mesmas.
Contudo,
Senhor, entre os superficialismos desta época de profundas transições,
almas existem que te esperam e te amam. Tua palavra sincera e branda,
doce e enérgica, lhes magnetiza os corações, na caprichosa e
interminável esteira do tempo. Elas andam ocultas nas planíces da
indiferença e nas montanhas da iniqüidade deste mundo. Conservam, porém,
consigo a mesma esperança na tua inesgotável misericórdia.
É
com elas e por elas que, sob as tuas vistas amoráveis, trabalham os que
já partiram para o mundo das suaves revelações da Morte. É com a fé
admirável de seus corações que semeamos de novo, as tuas promessas
imortais, entre os escombros de uma civilização que está agonizando, à
mingua de amor.
É por essa razão que, sem nos esquecermos dos
pequeninos que agrupavas em derredor da tua bondade, nos recordamos
hoje, em nossa oração, das crianças grandes, que são os povos deste
século de pomposas ruínas.
Tu, que és o príncipe
de todas as nações e a base sagrada de todos os surtos evolutivos da
vida planetária; que és a misericórdia infinita, rasgando todas as
fronteiras edificadas no mondo pelas misérias humanas, reúne a tua
família espiritual, sob as algemas da fraternidade e do bem que nos
ensinaste!...
Em todos os recantos do orbe, há
bocas que maldizem e mãos que exterminam os seus semelhantes. Os
espíritos das trevas fazem chover o fogo de suas forças apocalípticas
sobre as organizações terrestres, ateando o sinistro incêndio das
ambições, na alma de multidões alucinadas e desvalidas. Por toda a
parte, assomam os falsos ídolos da impenitência do mundo e místicas
políticas, saturadas do vírus das mais nefastas paixões, entornam sobre
os espíritos o vinho ignominioso da Morte.
Mas,
nós sabemos Senhor como são falazes e enganadores as doutrinas que se
fartam da seiva sagrada e eterna dos teus ensinos, porque dissipas
misericordiosamente a confusão de todas as almas, ainda que os seus
arrebatamentos se apóiem nas paixões mais generosas.
Pastor
do rebanho de ovelhas tresmalhadas, desde o primeiro dia em que o sopro
divino da vontade do Nosso Pai fez brotar a erva tenra, no imenso campo
da existência terrestre, pairas acima de todos os povos e de suas
transmigrações incessantes, no curso do tempo, ensinando as criaturas
humanas a consideras o nada de suas inquietações, em face do dia
glorioso e infinito da Eternidade!...
Agora,
Senhor, que as línguas da impiedade conclamam as nações para um novo
extermínio, manifesta a tua bondade, ainda uma vez, aos homens
infelizes, para que compreenda, a tempo, a extensão do seu ódio e de sua
perversidade.
Afasta o dragão da guerra de
sobre o coração dilacerado das mães e das crianças de todos os países,
curando as chagas dos que sangram de dor selvagem à beira dos caminhos.
Revela
aos homens que não há outra força além da tua e que nenhuma proteção
pode existir além daquela que se constitui da segurança de tua guarda!
Ensina
aos sacerdotes de todas as crenças do Globo, que falam em teu nome, o
desprendimento e a renúncia dos bens efêmeros da vida material, a fim de
que entendam as virtudes do teu reino, que ainda não reside nas
suntuosas organizações dos Estados deste mundo!
Tu, que ressuscitaste Lázaro das sombras do sepulcro; revigora o homem moderno, no túmulo das suas vaidades apodrecidas!
Tu,
que fizeste que os cegos vissem, que os mudos falassem, abre de novo os
olhos rebeldes de tuas ovelhas ingratas e desenrola as línguas da
verdade e do direito, que o medo paralisou, nesta hora torva de penosos
testemunhos!
Senhor, desencarnados e encarnados, trabalhamos no esforço abençoado de nossa própria regeneração, para o teu serviço divino!
Nestas
lembranças do Natal, recordamos a tua figura simples e suave, quando
ias pelas aldeias que bordavam o espelho claro das águas do
Tiberíades!... Queremos o teu amparo, Senhor, porque agora o lago de
Genesaré é a corrente represada de nossas próprias lágrimas. Pensamos
ainda, ver-te, quando vinhas de Cesareia de Filipe para abraças o
sorriso doce das criancinhas... De teus olhos misericordiosos e
compassivos, corria uma fonte perene de esperança divina para todos os
corações; de tua túnica humilde e clara, vinha o símbolo da paz para
todos os homens do porvir e, de tuas palavras sacrossantas, vinha a luz
do céu, que confunde todas as mentiras da Terra!...
Senhor,
estamos reunidos em teu Natal e suplicamos a tua bênção!... Somos as
tuas crianças, dentro da nossa ignorância e da nossa indigência!...
Apieda-te de nós e dize-nos ainda:
- “Meus filhinhos...”.
Enviado por Geysa Salgueiro
4 comentários:
Alzira!!! Que teus caminhos continuem sendo iluminados para que possas continuar seu trabalho de trazer o bem para mais perto de todos nós. Beijos, Rosangela.
Que Jesus ilumine os caminhos de todos nós, Rosangela, e que possamos nos perdoar e perdoar a todos que pensamos que nos feriram.
Obrigada pelo apoio durante 2015.
Abraço grande.
Alzira Maria
Lindíssima! Gratidão a ambas - Geysa e Alzira - pelo comoartilhamento!
Alzira,
que o menino Jesus abençoe o seu Natal e que 2016 lhe seja infinito de possibilidades!!
Feliz Natal a todos!
Beijos no coração,
Ana Paula
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