Até que você entenda que todo mundo é bom, será muito difícil para
você ver a bondade em si mesmo e nos outros. Você está acostumado a
encontrar o bom e o ruim. “Isso é bom; isso é ruim.” É assim que você
julga a si mesmo e ao seu irmão.
Mas isso nunca lhe trará paz.
Seu irmão não é bom ou ruim, nem você é. Ambos são apenas bons. Não
há mal nenhum em vocês. Você pode acreditar que existe maldade e
desmerecimento em você – pode até acreditar que há pouca ou nenhuma
bondade em seu coração -, mas isso não passa de uma crença equivocada. E
enquanto você manifestar esta crença vai torturar a si mesmo e aos
outros.
O que eu quero dizer quando afirmo que só existe o bem em você? Isso
significa qu e você é incapaz de um pensamento ou de um gesto negativo?
Claro que não, ou você não estaria no mundo em que esta.
Seu
mundo é composto tanto de pensamentos e gestos positivos quanto de
negativos. Este é um mundo cheio de sombras, um mundo cheio de luz e
trevas.
Entretanto, este mundo todo em que você vive é feito apenas de
pensamentos. Se você conseguisse eliminar os pensamentos negativos da
mente, iria viver num mundo muito diferente.
Num mundo onde só existem “bons” pensamentos, a comparação é
impossível. Sem comparação, não existe interpretação, portanto não pode
haver erro, fracasso, castigo, sacrifício, sofrimento e perda.
Você pode imaginar um mundo tão radiante e sem culpa?
Pode
parecer estranho que um mundo assim possa existir, contudo, ele não é
mais difícil de criar do que este em que você habita!
Você pode começar a criar esse mundo compreendendo que não existe
mal, mas somente bem e si mesmo e no seu irmão. É o medo do mal que faz
“o mal” parecer real.
Toda a negatividade surge do medo.
O próprio conceito de “mal” é um pensamento de medo.
Portanto, além da perfeição que é sua por direito divino, o que mais pode existir? Existe a dúvida de que você não seja bom.
Existe o medo.
Sua vida é feita de bondade assaltada pela dúvida e pelo medo.
Quantas
vezes no decorrer de um único dia, a dúvida e o medo impedem que você
perceba a sua própria bondade? Quantas vezes eles impedem que você
perceba a bondade de seu irmão?
Depois que você percebe que a dúvida e o medo estão constantemente
influenciando a sua experiência, você passa a reconhecê-los.
A partir de então, eles
simplesmente passam a fazer parte da dança da sua consciência. “Ah, tudo
bem, eu sei que sou bom. Mas e se eu não for?” Essa é a dança que
acontece na mente. Esse diálogo continua num círculo vicioso. Porém, aos
poucos ele vai perdendo o tom de condenação. Gradativamente, à medida
que o medo é admitido, ele vai diminuindo.
O conflito é suprimido da mente, que reconhece sua própria bondade. E
quando reconhece esta bondade, ela não pode mantê-la se não a estender
aos outros. Se você considera outra pessoa ruim, é porque permitiu que a
dúvida e o medo voltassem à sua mente.
Aquilo que é divino está livre da dualidade e de qualquer tipo de
conflito. Você se abre para a divindade quando vê o bem que existe em si
mesmo e o que existe em seu irmão como se fossem uma coisa só. A
divindade é sempre compartilhada, nunca exclusiva.
Toda exclusividade é criação do medo. Todo julgamento é criação do medo.
Somente quando você rejeita o mal e aceita o bem é que expulsa o
medo do seu coração. Nenhum Filho de Deus pode ser ruim. Na pior das
hipóteses, ele está ferido. Na pior das hipóteses, ele ataca as outras
pessoas e as acusa de causar sua dor. Mas nenhum Filho de Deus é ruim.
Sim, a sua compaixão tem de chegar a esse ponto. Não existe um ser
humano sequer que não mereça o seu perdão. Não existe um ser humano
sequer que não mereça o seu amor.
Você pode estabelecer as suas condições e inventar pretextos, mas
eles não me enganam. Eu lhe disse a verdade. Corrompê-la não vai
beneficiá-lo em nada.
Caso esteja difícil para você perdoar e amar alguém, então admita.
Não condene essa pessoa para poder justificar a sua própria fraqueza. Se
você está com medo, diga a verdade.
A verdade sempre traz a sanidade.
Somente aquele que tem medo julga os outros.
Você
está livre das garras do medo? Se não está, reconheça este medo. Ao
reconhecer este medo, você não julga os outros, pois sabe que o medo
sempre distorce o seu modo de ver as coisas.
Reconheça o seu medo e seja honesto consigo mesmo e com os outros.
Confesse, “Eu estou com medo agora, por isso não estou conseguindo ver
com clareza”.
Desista dos julgamentos que faria, pois eles não passam de ataques
sem sentido contra aquele cuja bondade você não consegue ver.
Entregue esses julgamentos
para mim. Confesse a verdade, “Jesus, eu não consigo ver esse irmão da
forma certa, porque eu o estou julgando. Ajude-me a abandonar meus
julgamentos e compreender que medos estão sendo trazidos à tona, em
conseqüência do comportamento dele”.
Cada julgamento que você faz sobre o seu irmão mostra muito em
detalhes aquilo que você odeia ou não consegue aceitar em si mesmo. Você
só odeia o outro quando ele o faz se lembrar de si mesmo.
Por isso, cada tentativa de justificar a raiva, o medo e o julgamento
acaba revelando-se um retumbante fracasso. Trata-se meramente de um
esforço para acusar o outro pelo seu próprio erro. É falta de
honestidade. É falta de responsabilidade.
Você tem os meios de acabar totalmente com o julgamento, mas mesmo
assim ainda os justifica. Por quê? Porque você não consegue admitir os
seus erros. Você prefere sofrer a admitir que errou. Você prefere fingir
que é perfeito a reconhecer que veio aqui para aprender. Que orgulho
mais incompreensível! Como posso pegar a mão de alguém que, apesar de
estar sofrendo, insiste em achar que é perfeito? Não posso ajudá-lo se
você não permitir.
Errar não é uma coisa tão terrível assim. Isso nunca irá privá-lo do
amor e da aceitação. Você acha que vai, mas isso é pura ficção. O que
priva você do amor e da aceitação é a sua insistência em achar que está
certo quando você não está. Pois isso impede que a correção seja feita.
Por favor, entenda isso: Estar errado não significa ser “mau” e estar
certo não significa ser “bom”. Cada um de vocês vai estar certo quanto
errado centenas de vezes num único dia. Serão incontáveis as vezes em
que vão estar certos ou errados no decorrer da sua jornada neste
planeta.
Este mundo é uma escola e você veio aqui para aprender. Aprender
significa cometer erros e corrigi-los. Aprender não significa estar
certo o tempo todo. Se você estivesse certo o tempo todo, por que então
iria precisar ir à escola?
Seja humilde meu amigo. Você está aqui como um aluno e tem de aceitar
esse fato se quiser aprender suas lições. A menos que você reconheça
que cometeu um erro, não posso ajudar a corrigi-lo.
Contudo, basta admitir o seu erro e a correção estará ao alcance junto com o perdão. Esse é o caminho que abri para você.
Não tente ser perfeito meu amigo. Isso é uma roubada. Somente
aqueles que preferem sofrer mais e por mais tempo desejam ser perfeitos.
Em vez disso, opte por reconhecer cada erro que você comete para que
possa aprender com ele.
A perfeição vem espontaneamente e sem esforço somente quando você
fala a verdade, quando deixa de lado a vontade de impressionar os
outros, quando deixa de lado o falso orgulho.
Aqueles que pedirem correção irão recebê-la. Isso não acontece pelo
fato de serem melhores do que os outros, mas simplesmente porque
pediram.
Não julgue aqueles que ainda não estão prontos para admitir os próprios erros. Admita os seus e deixe o resto com Deus.
Compartilhe as suas
experiências, mas não tente forçar os outros a aceitá-las. Pois você não
sabe o que os outros precisam e nem precisa saber.
Lembre-se do bem que existe
no seu irmão. Lembre-se do bem que existe em você. Deixe todos os medos
e julgamentos se dissiparem no mesmo instante em que surgirem. Admita
os erros e seja tolerante com os erros dos outros. Isso é o que lhe
peço.
É bem simples, não é? É tão simples que você vai continuar
esquecendo. Mas não desanime. Se o seu desejo pela paz for realmente
forte e sincero, você acabara se rendendo a ele. Depois que decidir que é
isso o que você quer, não haverá o que o desvie do caminho de volta pra
casa.
PAUL FERRINI
Enviado por Diógenes Camargo-POA
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